CPI das Bikes no Rio mira sites de leilão; 80% das vendas não têm nota

G1/RJ


Mais de 80% das bicicletas vendidas em em sites de leilões são feitas sem nota fiscal. Se a busca é por peças de bicicleta, a porcentagem sobe para 90%. Os dados são da CPI das Bikes da Câmara de Vereadores do Rio, criada após diversos roubos de bicicleta na cidade. O que causou mais repercussão foi o roubo que acabou resultando na morte do médico Jaime Gold, em maio, quando ele foi esfaqueado pelos autores do crime. Dois menores foram condenados a internação pelo crime.

Para o levantamento, foram feitas pelo menos 100 consultas em sites de venda virtual como OLX e Mercado Livre, segundo o vereador Jefferson Moura (PSOL), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito. Em junho, o G1 encontrou uma feira que vendia bicicletas que custariam R$ 300 sendo vendidas a R$ 60.

"Fizemos essas buscas a partir das denúncias de entidades de ciclistas, que tinham suas bicicletas roubadas e viam depois as peças vendidas na internet", afirmou o vereador nesta quinta-feira (2). Apenas 5% dos vendedores contactados pela CPI possuíam nota fiscal para fornecer no ato da compra.

Entre 54 peças analisadas pela CPI após contato com vendedores na internet, pelo menos 11 eram quadros de bicicleta, e outras 10 eram rodas de bicicleta. Um quadro de bicicleta da marca Guios, de acordo com o levantamento, aparecia sendo vendido a R$ 500. 25 peças aparecem vendidas sem nota.

Um grupo de peças Shimano Ultegra era vendido, sem nota fiscal, a R$ 2,4 mil. Um câmbio Shimano Alfine 11 era vendido a R$ 1,2 mil, e é um dos dois itens da lista em que o vendedor possuía nota fiscal do produto. 12 dos vendedores não atenderam o telefone ao serem contactados pela CPI.

Pelo menos três produtos foram vendidos com defeito: uma roda de bicicleta de alumínio, vendida a R$ 75, Um quadro de bicicletas vendido a R$ 200 e outro quadro Caloi 100 Sport que foi vendido a R$ 150.


Proposta técnica
Nesta quinta-feira, Jefferson e Márcio Garcia (PR) se reuniram com representantes das empresas OLX, Mercado Livre e da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. A CPI das Bikes vai enviar um ofício de sugestão técnica para exigir o número de registro da bicicleta ao cadastrar o produto para venda.

"Em parceria com a Polícia Civil, esperamos que entre três e seis meses possamos centralizar o conjunto de furtos e roubos de bicicleta. Para isso, é fundamental p número de registro", explicou Jefferson Moura, lembrando que a lei que tipifica o crime de roubo a bicicleta foi sancionada nesta segunda (29) pelo governador Pezão.

"Vemos esse trabalho com bons olhos. Temos que fiscalizar com mais cuidado. Quanto à sugestão técnica, vamos avaliar a possibilidade, até pela questão tecnológica", explicou Caio Iadorico de Faria Lima, advogado da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico.

Murillo Laranjeira, gerente de relações governamentais do Mercado Livre, explicou que a empresa tem boa relação com autoridades. "Vamos continuar agindo da mesma forma. No nosso site, temos botões de denúncia e somos muito rígidos com relação a isso", explicou.


Vistoria em futura ciclovia
A ciclovia entre Cosme Velho e Laranjeiras, com previsão de ser inaugurada em agosto, foi vistoriada nesta quinta-feira pela manhã, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a CET-RIO. Apesar de reconhecer o legado positivo para a cidade, Jefferson citou que o espaço tem pontos de afunilamento que podem dificultar a coexistência de ciclistas, pedestres e motoristas.

"Há um ponto em que a ciclovia vira uma ciclofaixa compartilhada, em que existe esse afunilamento. Vamos pedir à CET-Rio que os veículos trafeguem a 30 Km/h", explicou Jefferson. Em outro ponto, na Rua Cabral, a falta de sincronização dos sinais dificulta a passagem de ciclistas e pedestres. "A CET-Rio deve realizar um estudo técnico para fazer essa sincronização", prometeu Jefferson.

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