Países elevam metas climáticas, mas reduções ainda ficam abaixo do necessário, aponta ONU

Na projeção para 2030, a redução é 6%

Luis Gustavo, Da Redação*


As novas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa apresentadas por 64 países do Acordo de Paris poderão diminuir em 17% os impactos sobre o clima em relação a 2019. A projeção, divulgada nesta terça-feira (28) no Relatório Síntese das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), indica uma redução de apenas 6% em comparação às metas anteriores.

 

Segundo o documento da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), se as novas metas forem integralmente cumpridas até 2035, as emissões globais poderão cair em 13 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente. Apesar dos avanços, o relatório alerta que ainda é necessária uma aceleração significativa das ações para limitar o aquecimento global.

 

As novas NDCs mostram maior abrangência e qualidade, incluindo aspectos como adaptação, financiamento e tecnologia. No entanto, especialistas consideram que o ritmo das mudanças ainda é insuficiente. “Estamos gerindo uma crise sem a urgência de uma crise”, criticou Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, ao lembrar que a ciência recomenda cortes de 60% nas emissões.

 

Para o WWF-Brasil, as ações continuam sendo adiadas, mas há sinais positivos na integração de medidas baseadas na natureza, como a conservação de florestas e manguezais. Já o diretor da Conservação Internacional, Gustavo Souza, destacou que o financiamento climático segue desigual: “As florestas representam um terço da solução, mas recebem apenas 3% dos recursos.”

 

O relatório inclui as metas de apenas 64 países — menos de um terço dos signatários — e ainda não considera as de grandes emissores, como China e Índia. O Brasil, sede da COP30 em Belém, foi o segundo país a entregar sua atualização, antes mesmo do prazo prorrogado para setembro. A ONU espera que mais nações apresentem suas metas antes da conferência, marcada para novembro. *Com informações da Agência Brasil.

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