Rendimento Escolar: Uma Busca Constante!

*Rosildo Barcellos


Época de compra de material escolar, tanto dos pais, quanto para o governo.  Estudos que investigam a postura corporal têm mostrado uma leve, mas clara, associação entre a carga das mochilas e a resposta ao aprendizado. Entrementes as crianças, adquirem mecanismos compensatórios em relação à postura corporal com cargas acima de 10 (dez) a 15% (quinze por cento) do seu peso corporal correspondente. O excesso de peso nas mochilas é um problema que carrega, além das dores nas costas, situações possíveis de acontecer ao longo prazo, como escoliose idiopática infantil, que mesmo sendo congênita pode ser agravada por estes maus hábitos, além de cifose, hiperlordose da coluna lombar, artrose precoce e a simples má postura, o que também pode influenciar no aprendizado em função do desconforto na hora da aula.

É recorrente, a cena de crianças carregando mochilas acima do peso ideal e outras literalmente "arrastando" por não suportarem o peso, devido à grande quantidade de livros e materiais. O material muito pesado leva a criança a fazer um esforço além do que ela deveria suportar. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 85% (oitenta e cinco por cento) das pessoas têm, tiveram ou terão um dia dores nas costas provocadas por problemas de coluna, existindo uma tênue relação entre a carga na mochila, justamente quando a criança está, em crescimento e com a massa óssea em formação. Numa das medições que eu participei encontramos um aluno de dez anos, cursando a quinta série, com apenas 40,3 quilos e transportando 7 Kg, o que representa 17,4% do seu peso. Outra aluna, de 8 anos, da terceira série, pesando 33,7 quilos, carregava 4,3 Kg, o que totalizou 13%.

Uma sugestão que proponho; além dos pais conferirem com seus filhos, o que realmente vai precisar no dia seguinte é: se a mochila tiver alças, que sejam acolchoadas. A largura da mochila não deve exceder o tamanho do dorso da criança e a altura ideal é a região da cintura. Deverá estar ajustada ao tronco e carregada sobre os dois ombros. Evitar carregá-las em um só ombro, porque isso sobrecarrega somente um lado do corpo, caso também detectado em policiais ao longo dos anos com o uso de suas armas de fogo. Quem for arrumar a mochila, dê preferência por colocar os materiais mais pesados no fundo (parte que encosta nas costas) e ir distribuindo os mais leves para a parte anterior da mochila. Quanto ao peso das mochilas, a recomendação é de 10% a 15% do peso corporal como sendo o máximo de peso a ser carregado. Se a mochila for de rodinhas, a altura correta da alça deve ser suficiente para que a criança não tenha que se inclinar para puxá-la. O puxador deve ser ajustável à altura atual da criança, ou seja, não deve ser maior nem menor que a altura do braço estendido. As costas da criança devem estar retas ao puxar a mochila, pois os movimentos de rotação quando muito intensos e regulares não são bem tolerados com a ação diária.

No corpo humano, se os movimentos não são executados com equilíbrio adequado, as estruturas anatômicas sofrem um desgaste precoce criando condições especiais para que os nervos sejam incomodados, daí surgem as ‘’dores nas costas’’ Em Corumbá – A Cidade Branca, um excelente exemplo de ação do legislador, aliada a nossa preocupação, como estudiosos do comportamento escolar, levou a promulgação da Lei nº 2.482 de 11 de junho de 2015 dispondo sobre o peso máximo tolerável do material escolar transportado diariamente por alunos da rede escolar pública e privada naquele município, levada a termo por proposição do emérito e atuante edil, Tadeu Vieira, Vice presidente da Casa de Vila Maria. Seria interessante observar este detalhe, pois as vezes um desempenho não esperado de determinado aluno é justamente uma algia, que pode distrair sua retenção de conhecimento e informação.

*Articulista

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