Chefão do Comando Vermelho é preso no Paraguai após pedido de extradição do MPF

Bigode foi encontrado em luxuosa mansão na capital do país e tentou fugir

Da Redação


O suposto líder do Comando Vermelho, Néstor “Bigode” Báez Alvarenga, foi preso nesta quinta-feira (20) em Assunção, capital do Paraguai. Considerado um dos homens mais procurados da América do Sul, o narcotraficante estava desaparecido desde 2011 depois de ser preso e liberado por falta acusações contra ele.

Na semana passada, o Ministério Público Federal pediu ao Paraguai a extradição do criminoso. Ele foi encontrado em uma luxuosa mansão, no bairro Los Laureles, onde morava com sua família. A localização só foi possível após meses de monitoramento no local. 

Em entrevista à rádio “ABC Cardinal”, o comandante da Polícia Nacional paraguaia, Bartolmé Báez, afirmou que a prisão só foi possível após muito sigilo dos policiais. “Ele foi seguido. Levamos tempo e muita paciência. Ele tinha pedidos de extradição e por isso saía pouco e passou desapercebido. Assim não teria sido acpturado aqui”. 

Conforme informações da promotoria de Justiça do país vizinho, vários documentos foram apreendidos na residência com o nome de Pablo Benítez. A investigação vai confirmar se esta era a identidade falsa utilizada por Néstor durante todo este tempo que esteve foragido. 

Para a polícia brasileira “Bigode” é um dos braços direito de Fernandinho Beira-Mar. Eles atuavam junto no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro no abastecimento do CV nos morros do Rio de Janeiro. Mesmo depois de preso, Beira-Mar enviava aos seus comparsas bilhetes dando ordens para a continuidade do tráfico de cocaína que chegava até as favelas cariocas sob o comando do paraguaio. 

Em entrevista, Néstor Báez Alvarenga negou qualquer participação em facções criminosas. “Eu nunca fui preso com uma grama de droga. Me colocam envolvido com o CV por ter vivido apenas em região de fronteira”, se defendeu. 

Bigode ainda afirmou que nunca pisou em solo brasileiro. “Nunca viajei para o Brasil. Estava sempre em casa. Para me prender bastou tocar a campainha”. Mesmo assim ele tentou fugir da polícia durante a abordagem. “Fiz isso porque sei que tenho um pedido de extradição da justiça brasileira”, concluiu.

Sobre a origem dos bens e da grande fortuna que acumula, o suspeito alega que tudo é fruto do trabalho que fez durante toda sua vida. Dono de uma transportadora, ele chegou a ser preso 1998 por um carregamento de 35 quilos de cocaína no Chaco. Báez alegou que ele só fez isso para ajudar “um amigo” e que teve um colapso nervoso com a situação. “Eu não tinha ideia da presença de drogas em um fundo duplo do caminhão”. 

Na época Bigode teve prisão domiciliar decretada. A medida foi posteriormente revogada e o réu escapou da Justiça, se apresentando somente em 2007 à Corte. Ele foi condenado em 2008 a apenas dois anos de prisão como cúmplice do tráfico de 35 quilos de cocaína no Chaco. Com Correio do Estado

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