Sustentável, arquitetura em container garante flexibilidade

O projeto conta com 150 metros quadrados distribuídos em seis contêineres

Santi Comunicação


Piso, paredes e até mesmo móveis feitos a partir de container. A estrutura metálica tem ganhado cada vez mais espaço e sai dos portos para as ruas. A alternativa chama a atenção de empreendedores, que investem numa estrutura flexível e com visual de impacto. 

É o caso da empresária Isa Monteiro, de Naviraí. Isa iniciou recentemente um novo negócio e queria aliar as vantagens do container ao seu empreendimento, um café brechó. O café brechó não é um segmento muito comum em Mato Grosso do Sul e, mais ainda, no interior, onde Isa reside. Era preciso investir em uma estrutura que convidasse o cliente, o deixasse à vontade e que também atendesse às necessidades do negócio.

“Aqui eu tenho dois pontos que chamam a atenção: a proposta do café brechó em si e os contêineres”, analisou a empresária. Segundo Isa, o projeto foi concebido por um escritório de arquitetura da Capital. “Não abri mão do profissionalismo. É preciso cuidado com as adaptações”, destacou.

O projeto conta com 150 metros quadrados distribuídos em seis contêineres. Completo, o café brechó comporta vitrine, provadores, espaço para mostruário, cozinha, espaço de convivência, dois banheiros, escritório e depósito no segundo piso e área para jardim. 

Sustentabilidade e flexibilidade
Publicações especializadas em arquitetura e engenharia civil, a exemplo do portal AECWeb, apontam que o potencial dos contêineres na construção civil é um velho conhecido, mas a tendência ganhou força no Brasil a partir de um movimento mais recente. Desde 1850, existem pedidos de patentes para converter vagões de trens em restaurantes, uma marca da flexibilidade e variedade que o container permite.

Esta flexibilidade da estrutura une duas características fundamentais: economia e sustentabilidade. “Eu, por exemplo, trabalho em um ponto alugado. Se eu necessitasse me mudar, poderia transferir toda esta estrutura e realocá-la. Na alvenaria já não funciona assim, eu perderia meu investimento”, contou Isa. Outro ganho está na possibilidade de modificação. “O ambiente me permite sempre planejar algo novo para os clientes, assim o brechó nunca está com a mesma carinha”, acrescentou.

As arquitetas responsáveis pelo empreendimento, Kamylle Versetti e Maria Fontoura, explicam como foi a execução do projeto: “dentro do conceito do nosso escritório, sustentabilidade é fundamental. Também conhecidas como os “3 Rs” da sustentabilidade (reduzir, reutilizar e reciclar), são ações práticas que visam estabelecer uma relação mais harmônica entre consumidor e meio ambiente”.

Para responder ao compromisso de sustentabilidade do projeto, os contêineres ganharam revestimento térmico e pintura especial. A ideia é reduzir ao máximo o uso de ar condicionado. Estas medidas também garantem qualidade no acabamento e conforto aos usuários do espaço. 

Até mesmo a mobília, como mesa, balcões e cadeiras, ganhou um design diferenciado. “Usar partes do container para produzir alguns móveis foi uma saída para reutilizar o que seria descartado, o resultado ficou muito legal. Além de diminuirmos o lixo da obra, conseguimos baixar os custos”, afirmam as arquitetas. Para as profissionais, o material é versátil e o sucesso da obra depende do planejamento. Procedência e um bom estudo de ambiente também são imprescindíveis para garantir a sustentabilidade e flexibilidade da construção. 

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