Artesã mostra seu talento em peças com decoupage em MDF e mosaico

Pedaços de madeira, casca secas, sementes e ervas são materiais utilizados na produção das peças de Luciene Muniz

Glaucia Piovesan, Da Redação


O artesanato tem grande importância para o Brasil, pois responde pela atividade e sobrevivência de quase 5% da população brasileira, movimentando acima de R$ 50 bilhões por ano, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em Nova Andradina, também é possível encontrar profissionais que se dedicam exclusivamente a atividade artesanal, fazendo o próprio horário de trabalho e se tornando os donos do próprio negócio. Luciene Muniz é uma dessas artesãs que buscam seu espaço no mercado para complementar a renda familiar.

A ex-balconista de loja é a personalidade desta semana da Sexta Cultura. Lu, como é conhecida, conheceu o artesanato na adolescência. Aos 15 anos, fez o primeiro curso de cerâmica. Depois se dedicou ao tricô, crochê, a pintura de tecidos. Quando nasceu os filhos, a atividade foi deixada meio de lado e só foi retomada há cerca de 2 anos, com o incentivo da sua professora de artesanato.

“Fiz muitos cursos no ateliê da Geiza e fui aprimorando as técnicas. O processo de criação é natural. Na hora que eu bato o olho na peça, já sei o que vou montar”, conta. O talento, ela acredita ter herdado do pai. “Era um excelente carpinteiro. Faixa caixa só no encaixe, sem nenhum parafuso ou prego. Então, acredito que herdei esse dom dele, porque na família, ninguém gosta de nada disso”, comenta.

Agora sua maior paixão é a decoupage em madeira (MDF), cerâmica e a técnica do mosaico com louça e revestido com pastilhas, além da utilização de materiais reciclados em algumas peças. Tudo com um toque pessoal.

“Pedaços de madeira, casca secas, sementes e ervas são materiais utilizados na produção das minhas peças. A mandala é um exemplo disso. Pode ser feita com plantas naturais, pedras e outros materiais. Gosto de encontrar na natureza os ingredientes, senão dá um aspecto industrial, de produção em larga escala”, explica Luciene.

As caixas decoradas em MDF são utilizadas para guardar joias, porta trecos, maquiagem, artigos de costura e outros acessórios utilitários ou para enfeitar a casa. “É um excelente tipo de artesanato para ser oferecido como lembrancinha, até a padrinhos de casamentos, convidados de festas de 15 anos e aniversários em geral”.

Segundo a artesã, o segredo é fazer boas escolhas de matérias-primas, criar e ter uma identidade própria. O seu sonho que, em breve, deve se tornar realidade é a construção de um ateliê na sua residência. Até o final deste ano, Lu pretende erguer um espaço rústico na área da frente para comercializar sua arte.

A proposta é transformar o passa tempo numa profissão para ajudar nas despesas familiares. “Será um espaço bem ao meu estilo. Quero dar um nome e colocar tudo aquilo que eu faço, para gerar uma renda extra e nos ajudar a sobreviver”, pontua, afirmando que o esposo ficou desempregado por 9 meses e voltou a trabalhar há menos de um mês.

As peças são vendidas por valores que variam de R$ 20 a R$ 200, dependendo do material utilizado e do tempo empregado na produção.

Para Luciene Muniz, outro detalhe fundamental é que as pessoas valorizam cada vez mais o artesanato. Por isso, o profissional precisa estar atento as tendências. “Muitos ainda estão na praticidade das lojas na hora de procurar um vaso, um arranjo. Mas, sempre tem lugar para o diferente, para a inovação. É notório que muito ainda podemos expandir no artesanato local e, no meu caso, reaproveitar de materiais reciclados tem sido uma fonte de inspiração para mim. Quero aproveitar todo meu tempo livre, criatividade e disposição para dedicar a minha arte. Apesar da crise, quando a gente divulga nosso trabalho, mostra ideias interessantes, peças com utilidades e decorativas, sempre encontramos clientes dispostos a pagar o que vale”, analisa a artesã.  

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